Precificar serviços de marketing ainda é um dos maiores desafios para gestores e tomadores de decisão em agências. Diferente da venda de produtos físicos, onde há um custo de produção mais tangível, os serviços criativos e estratégicos dependem de variáveis como tempo, expertise e valor percebido.
Errar na precificação pode comprometer a margem de lucro, o fluxo de caixa e a sustentabilidade da agência. Uma pesquisa feita pela startup Preço Certo, com mais de 10 mil empresas, mostrou que 89% dos empreendedores consideram a precificação um desafio. O erro mais frequente? Ignorar custos fixos, subestimar o tempo gasto e não considerar o valor percebido pelo cliente.
Muitas vezes vemos gestores definindo preços com base no que a concorrência está cobrando ou em percepções subjetivas, sem levar em conta todos os custos operacionais envolvidos. Isso pode resultar em uma operação no vermelho sem que a agência perceba, o que é ainda mais perigoso já que esse é um mercado altamente competitivo e com margens cada vez mais apertadas.
Sinais de que sua precificação pode estar incorreta
Antes de estruturar uma nova forma de precificar, é importante entender se o modelo atual está, de fato, comprometendo a saúde da sua agência. A seguir, listamos sinais clássicos de que sua precificação pode estar desalinhada com os custos reais, com o esforço envolvido ou com o valor entregue:
1. Margens apertadas mesmo com a operação cheia
Se a agência está sempre ocupada, entregando para vários clientes, mas o lucro não aparece no final do mês, é um forte indício de que os preços praticados não cobrem os custos operacionais com folga suficiente.
2. Retrabalho frequente sem reajuste no escopo ou no valor
Horas extras com refações e ajustes constantes que não estavam previstos na proposta original podem corroer a rentabilidade. Se isso acontece com frequência, o preço do serviço provavelmente não está cobrindo o esforço real da equipe.
3. Sensação de que “trabalha muito e lucra pouco”
Esse é um sinal subjetivo, mas que vimos com bastante frequência entre os gestores. A falta de clareza sobre quanto cada projeto realmente entrega de retorno pode esconder uma precificação ineficiente.
4. Dificuldade em justificar o preço ao cliente
Se a argumentação comercial depende mais de feeling do que de dados, e o preço parece “alto” até para a própria agência, isso indica insegurança na composição do valor e possivelmente uma estrutura de custos mal calculada.
5. Comparações frequentes com concorrentes sem entender contexto
Se o preço é definido com base em valores cobrados por outras agências, sem considerar o próprio custo, escopo ou posicionamento, há risco de subprecificação.
6. Crescimento da carteira, mas queda na lucratividade
Quando o número de clientes aumenta, mas o lucro não acompanha (ou pior, diminui), o problema pode estar na base de precificação. Isso significa que cada novo contrato traz mais volume, mas sem margem adequada.
Se você se identificou com dois ou mais desses sinais, é hora de revisar a forma como os preços são definidos. Se você não consegue ter clareza se sua agência cumpre bem todos esses pontos, o problema pode ser falta de visão estratégica da gestão. E dai esse é um problema que talvez possa ser resolvido por um software de gestão integrada.
Nos próximos tópicos, vamos mostrar como estruturar uma precificação mais estratégica, baseada em dados e sustentável no longo prazo.
Por que a definição de preços em agências ainda é um desafio tão grande?
A complexidade da precificação decorre de diversos fatores:
- Intangibilidade: diferente de um produto físico, o valor de uma estratégia de marketing ou de uma campanha criativa é mais subjetivo e difícil de quantificar.
- Variabilidade: o escopo pode mudar, as horas podem variar e imprevistos acontecem. Como incorporar essas variáveis no preço de forma justa para ambos os lados?
- Dificuldade em mensurar valor: muitas agências têm dificuldade em conectar suas entregas aos resultados de negócio do cliente e, consequentemente, em comunicar o valor real do seu trabalho.
- Pressão do mercado: a concorrência acirrada frequentemente leva a uma “guerra de preços” que achata as margens de todo o setor.
- Falta de visibilidade interna: talvez o ponto mais crítico. Muitas agências não têm clareza sobre seus custos reais, a produtividade da equipe, o tempo efetivamente gasto com cada cliente ou a rentabilidade individual de cada projeto. Sem esses dados, a precificação torna-se um jogo de adivinhação.
Essa falta de clareza na formação de preços está diretamente relacionada a deficiências estruturais na gestão das agências. Um estudo conduzido pela jornalista Fernanda Burjato com mais de 100 gestores de agências de comunicação revelou que 72% deles não dominam temas fundamentais como gestão financeira, análise de rentabilidade e crescimento orgânico.
Além disso, 89% apontaram a ausência de processos estruturados para gerenciar clientes e equipes, o que compromete a previsibilidade de esforço, tempo e recursos em cada projeto. Sem esses dados básicos bem organizados, a precificação tende a ser baseada em suposições e ajustes reativos e não em estratégias sustentáveis de crescimento e lucratividade.
Pela nossa experiência em ajudar agências a otimizarem sua gestão, sabemos o quanto a precificação pode ser um desafio. Se você se vê nesse cenário, operando no escuro e sentindo que suas margens estão sempre apertadas, este guia é para você.
Visão geral dos modelos de precificação e pagamento
Existem diferentes modelos de precificação e pagamento que as agências utilizam, e a escolha depende do tipo de serviço, do cliente e da sua operação.
Apresentamos aqui, de forma resumida, os modelos mais comuns encontrados no mercado. Para uma análise detalhada de cada um, com prós, contras, exemplos práticos, dicas de implementação e como escolher o ideal para sua agência, recomendamos a leitura do nosso guia completo sobre o tema no link acima.
1. Homem-Hora: neste modelo, o cliente paga pelas horas que a equipe efetivamente dedica ao projeto, multiplicadas por uma taxa/hora pré-acordada.
2. Fee Mensal: um valor fixo mensal é cobrado em troca de um pacote de serviços ou entregáveis recorrentes previamente definidos em contrato.
3. Por Projeto: define-se um preço total e único para a entrega completa de um projeto com escopo, início, meio e fim bem estabelecidos.
4. Success fee: o preço é estabelecido com base no valor ou impacto que o serviço da agência gera para o negócio do cliente, desvinculando-se do custo por hora.
5. Baseado em performance: semelhante ao modelo por valor, mas o pagamento está diretamente atrelado a métricas específicas e rastreáveis de marketing ou vendas (CPL, CPA, ROAS, % de vendas).
6. Modelos híbridos: estruturas flexíveis que combinam elementos de dois ou mais dos modelos acima para se adaptar melhor às necessidades específicas de um cliente ou projeto (ex: fee + performance).
Compreender as características básicas desses modelos ajuda você a escolher a estrutura que fará mais sentido dentro da sua estratégia de precificação global. Não deixe de conferir o nosso artigo detalhado sobre Modelos de Precificação e Política de Pagamento para se aprofundar.
Precificação estratégica na prática: definindo o preço em 7 passos
Na prática, como definir o preço de um serviço em agências de forma estratégica? A precificação exige uma abordagem estruturada que vá além da simples soma de custos. É fundamental considerar também o valor percebido pelo cliente e a dinâmica do mercado. Abaixo, apresentamos um roteiro prático que combina a objetividade do cálculo com essa visão estratégica indispensável:
1. Estratégia de precificação
Existem diversas estratégias de precificação no mercado, como preço de penetração, skimming, precificação competitiva, por valor, entre outras. Cada uma delas possui aplicações mais indicadas a depender do tipo de produto, do estágio do serviço no mercado e do perfil dos clientes.
Para agências de publicidade, que vendem essencialmente tempo, conhecimento e criatividade, algumas dessas estratégias fazem mais sentido do que outras. A seguir, destacamos as principais abordagens aplicáveis ao contexto da prestação de serviços:
- Precificação por valor percebido
Essa estratégia considera o valor que o cliente enxerga no serviço e não apenas os custos internos ou os preços praticados pelo mercado. Em vez de basear o preço no tempo estimado de execução, ela parte do impacto que o serviço vai gerar no negócio do cliente. É uma abordagem comum em entregas mais estratégicas, como campanhas publicitárias de grande impacto, consultorias ou planejamento de marca.
No entanto, exige maturidade comercial da agência e um bom processo de diagnóstico para tangibilizar esse valor. Em iClips, é uma estratégia que não recomendamos, porque como se baseia em critérios subjetivos, pode prejudicar a lucratividade da operação.
- Precificação baseada em custos (markup)
Apesar de ser mais comum em negócios que vendem produtos, essa estratégia também aparece com frequência em agências, geralmente combinada com o cálculo do valor da hora trabalhada. A ideia aqui é considerar os custos fixos e variáveis da operação, o tempo estimado de execução e aplicar uma margem de lucro desejada. É uma abordagem segura para manter a sustentabilidade financeira da agência, mas pode limitar a percepção de valor quando comparada à estratégia anterior.
- Precificação competitiva
Consiste em definir o preço com base no que o mercado pratica, ajustando-o de forma a se manter competitivo. Em mercados com muita concorrência e clientes sensíveis ao preço, essa pode ser uma estratégia viável, especialmente para serviços mais operacionais ou padronizados. No entanto, há o risco de uma guerra de preços que comprometa a margem da agência. O ideal é usar essa abordagem com cautela e sempre embasada em um bom posicionamento de marca e uma avaliação dos custos internos para não trazer prejuízo para a operação.
- Estratégia de skimming (redução de preço ao longo do tempo)
Essa tática consiste em lançar um serviço com um preço mais alto e, com o tempo, reduzi-lo. É útil para lançamentos de produtos ou serviços exclusivos, pensados para um público que valoriza ser o primeiro a acessar uma novidade. Em agências, essa estratégia pode ser aplicada a novas ofertas consultivas ou serviços digitais inovadores, captando os clientes dispostos a pagar mais pela exclusividade e, depois, abrindo espaço para uma base mais ampla à medida que o serviço se consolida.
Embora existam outras estratégias, como preço de penetração e freemium, elas se aplicam mais frequentemente a produtos escaláveis e digitais. Em serviços personalizados e de alto envolvimento, como os prestados por agências, o ideal é alinhar a estratégia de precificação à proposta de valor, ao perfil dos clientes e à maturidade da operação.
2. Mapeamento e cálculo detalhado dos custos
Conhecer seus números é um passo fundamental. Ignorar custos ou calculá-los superficialmente é um dos erros mais comuns e perigosos. Sem essa base sólida, qualquer preço é um risco. Mapeie detalhadamente:
- Custos fixos: identifique todos os gastos mensais inevitáveis, como aluguel, salários da equipe administrativa, softwares de gestão, pró-labore dos sócios, contas de infraestrutura (luz, internet, etc.). Calcule o custo fixo mensal total.
- Custos variáveis: detalhe os custos que flutuam conforme o faturamento ou a produção, como impostos sobre serviços, comissões de vendas e custos de freelancers sob demanda. Use os últimos 3 a 6 meses como base. Se a agência tem bastante variação, opte por uma média mais longa para reduzir distorções.
- Custo da equipe envolvida na operação:
- Custo mensal por profissional: para cada profissional de produção/atendimento, calcule o custo total: salário bruto + encargos sociais + benefícios.
- Estimativa de horas produtivas: considere apenas o tempo efetivamente dedicado a tarefas faturáveis, excluindo pausas, reuniões internas, folgas, feriados, atividades administrativas e ociosidade. A média costuma variar entre 120 e 150 horas por mês por colaborador. O uso de timesheets é crucial para obter esse número com precisão.
- Cálculo do custo homem-hora (CHH): divida o custo mensal total do profissional pelas suas horas produtivas estimadas para obter o CHH individual. Aqui em iClips, recomendamos aos clientes que estão começando, calcular um CHH médio somando o custo total da equipe produtiva + custos fixos, dividido pelo total de horas produtivas da equipe.
- Custos indiretos (overhead): defina uma forma de alocar os custos fixos aos projetos, seja por uma taxa percentual sobre a mão de obra direta ou por um custo fixo por hora produtiva, garantindo que a estrutura da agência seja coberta.
- Atenção aos custos ocultos: além dos custos óbvios, lembre-se de considerar o impacto financeiro de fatores como turnover de pessoal, tempo ocioso da equipe entre projetos e, especialmente, o retrabalho, que consome horas valiosas muitas vezes não planejadas.
3. Estimativa de esforço e recursos por serviço/projeto
Com o CHH e outros custos unitários definidos, o próximo passo é estimar o esforço necessário para o serviço ou projeto específico:
- Horas por função: estime detalhadamente as horas de cada tipo de profissional (design, redação, mídia, desenvolvimento, etc.) necessárias. Baseie-se em dados históricos de projetos similares sempre que possível.
- Outros recursos diretos: liste custos adicionais específicos do projeto, como compra de imagens de banco, licenças de software, verba de mídia, produção gráfica ou audiovisual terceirizada, deslocamentos, etc.
4. Definição da margem de lucro desejada
Sobre o custo total estimado (custo da equipe + outros recursos + overhead rateado), aplique a margem de lucro que sua agência almeja:
- Estabeleça um percentual de lucro bruto alvo, como por exemplo: 20%, 30%, 40%+.
- Considere que essa margem precisa cobrir despesas operacionais não alocadas, impostos sobre o lucro e gerar o retorno esperado para crescimento e para os sócios.
5. Inclusão correta dos impostos sobre faturamento
A carga tributária sobre serviços no Brasil é significativa e vital para a rentabilidade real. Impostos como ISS, PIS, COFINS incidem sobre o faturamento bruto e variam conforme o regime tributário e município. Eles precisam ser “embutidos” no preço final:
- Consulte seu contador para obter a alíquota total correta para seus serviços.
- Utilize a fórmula “por dentro” para calcular o preço de venda que, após os impostos, ainda cubra seus custos e sua margem de lucro: Preço de Venda = (Custos Totais Estimados + Lucro Bruto Desejado) / (1 – (Alíquota de Impostos / 100))
6. Análise de valor percebido e mercado
Com o preço “técnico” calculado (custo + lucro + impostos), o ajuste fino vem da análise estratégica do valor e do mercado:
- Valor percebido: avalie como o cliente enxerga o valor único da sua agência. O que justifica o seu preço? Fatores como especialização em nicho, cases de sucesso com resultados concretos, processos bem definidos, atendimento consultivo de qualidade e demonstração de ROI são cruciais. Lembre-se: preço é o que o cliente paga, valor é o que ele percebe que recebe. Reforce continuamente o valor que sua agência entrega através da sua expertise, qualidade, atendimento e resultados. Seu objetivo deve ser sempre entregar um valor percebido superior ao preço. Ter confiança nos seus números de custo e esforço, obtidos através de controle e ferramentas, permite argumentar o valor com mais segurança.
- Mercado: analise os preços praticados por concorrentes com posicionamento similar como referência, não como regra. Sua estrutura de custos e sua proposta de valor são únicas. Copiar preços sem entender o contexto pode ser prejudicial. Ajuste sua margem ou reveja custos se o preço calculado estiver desalinhado com o valor que você oferece e com a realidade do mercado, mas evite a armadilha de competir apenas por preço.
7. Escolha do modelo e apresentação da precificação
Finalmente, com base em toda a análise (custos, lucro, impostos, valor, mercado) e nas características do serviço e do cliente:
- Escolha o modelo: selecione a estrutura de cobrança mais adequada (fee mensal, por projeto, hora, etc.).
- Apresente a proposta: elabore uma proposta clara e profissional, detalhando o escopo dos serviços e focando sempre no valor estratégico que o cliente obterá ao contratar sua agência.
Exemplo prático de cálculo de precificação
Vamos usar um cenário comum: calcular um Fee Mensal para Gestão de Redes Sociais para um cliente de pequeno a médio porte.
Passo 1: estimar o esforço total mensal
Analise o escopo geral (número de posts, criação, monitoramento básico, relatório mensal, reuniões) e, com base em sua experiência e dados de projetos anteriores, estime o esforço total necessário.
- Estimativa de horas produtivas: cerca de 50 horas/mês da equipe.
Passo 2: identificar o custo da hora (CHH Médio)
Calcule o Custo Homem-Hora (CHH) médio, que inclui salários, encargos, benefícios de toda a equipe produtiva e também a parcela dos custos fixos da agência (aluguel, softwares, etc.) que cada hora produtiva precisa cobrir.
- CHH Médio da Agência: R$ 80/hora
Passo 3: calcular o custo base do serviço
Multiplica-se o esforço estimado pelo custo da hora para encontrar o custo direto e indireto da entrega do serviço.
- Custo base mensal = Horas Estimadas * CHH Médio
- Custo base mensal = 50 horas * R$ 80/hora = R$ 4.000/mês
Passo 4: Adicionar lucratividade e impostos
Agora, é preciso garantir que o preço cubra o custo base, gere a margem de lucro desejada pela agência (ex: 30%) e ainda pague os impostos sobre o faturamento (ex: 16%). Uma forma prática de fazer isso é calcular um “Fator de Venda” ou usar um cálculo de “Markup Divisor” que já embute esses percentuais sobre o Custo Base:
- Fórmula Simplificada: Preço Final = Custo Base / [(1 – Margem de Lucro) * (1 – Alíquota de Imposto)]
- Cálculo: Preço Final = R$ 4.000 / [(1 – 0,30) * (1 – 0,16)]
- Preço Final = R$ 4.000 / [0,70 * 0,84]
- Preço Final = R$ 4.000 / 0,588
- Preço Final Calculado ≈ R$ 6.803/mês
Essa fórmula garante que, do preço final cobrado, após retirar os 16% de imposto, o valor restante permita cobrir os R$ 4.000 de custo e ainda sobre a margem de 30% desejada sobre esse valor bruto antes dos impostos.
Passo 5: validar com o mercado e o valor entregue
O preço calculado (R$ 6.803) é uma referência interna forte, mas precisa ser confrontado com a realidade externa:
- Análise de mercado: a agência verifica que preços para serviços similares de concorrentes com posicionamento parecido variam entre R$ 6.500 e R$ 7.500. O valor calculado está competitivo.
- Valor percebido: a agência confia na qualidade do seu planejamento estratégico e design, que são valorizados pelo perfil de cliente.
- Decisão final: a agência decide apresentar o preço final arredondado e comercialmente atraente de R$ 6.800/mês.
Passo 6: Formalizar e monitorar continuamente
O valor de R$ 6.800/mês e o escopo detalhado do que está incluído (e o que não está) devem ser claramente definidos na proposta comercial e no contrato.
A chave do Sucesso pós-Venda: após o início do trabalho, é fundamental que a equipe utilize um sistema como o iClips para registrar as horas reais gastas neste cliente. Se os relatórios de rentabilidade do iClips mostrarem que o tempo gasto está consistentemente acima das 50 horas estimadas, a agência terá dados concretos para:
- Identificar gargalos e otimizar processos internos.
- Conversar com o cliente para realinhar expectativas ou o escopo.
- Justificar um reajuste de preço na renovação do contrato, garantindo que a lucratividade planejada seja mantida.
Este ciclo de estimar, precificar, entregar e medir é o que torna a precificação para agências um processo dinâmico e estratégico, e não apenas um cálculo feito uma única vez.
A importância dessa validação fica clara no caso da Agência Incandescente. Antes de adotar o iClips, eles enfrentavam desafios significativos na gestão de tarefas e na obtenção de indicadores precisos sobre a lucratividade dos projetos. Com a implementação do sistema, foi possível padronizar workflows, documentar processos internos e, principalmente, obter relatórios consistentes que evidenciaram melhorias nos índices de refações, nas atividades dos funcionários e na lucratividade dos projetos. Ao obter clareza sobre os custos reais através dos relatórios, a agência pôde ajustar sua precificação de forma mais estratégica, assegurando a saúde financeira do negócio.
Como gerar mais lucratividade com a precificação?
Precificação de serviços é um ingrediente muito importante para o sucesso da agência. Ele não só afeta suas margens, como também outro componente crucial: fluxo de caixa.
Ao mesmo tempo, a precificação pode ser uma ferramenta de marketing. Se todos os seus competidores estão cobrando por hora, adotar uma estrutura transparente e inovadora pode te ajudar a se destacar.
Existem várias formas para aumentar a sua lucratividade. Algumas têm a ver com a forma como você vende seus serviços, outras com sua habilidade de justificar a cobrança de taxas mais altas. Aqui vão algumas dicas:
- Melhore sua apresentação de ROI: estar apto a provar o ROI das campanhas vai trazer melhores clientes mais rápido. Além disso, se você pode fixar um bom ROI para suas campanhas, você pode justificar cobrar mais caro.
- “Produtifique” seus serviços escaláveis: produtificar algo é essencialmente agrupá-los e vendê-los a um preço fixo. Você vende pela força de suas características e não pelo ROI. Você pode transformar serviços mais simples em um app ou software, aumentando o lucro e a rentabilidade.
- Tente não precificar tudo baseado no tempo e esforço: se você produz um blogpost em quatro horas e um competidor faz em três, qual incentivo o cliente tem para fechar negócio com sua agência? A solução é basear seus preços no valor entregue aos clientes e nos resultados que somente sua equipe pode chegar.
- Foque nos serviços certos: é bem comum agências perderem dinheiro realizando um serviço e compensarem em outro. Considere vender barato serviços que não tragam lucro, mas que possam atrair clientes. Assim você consegue ter mais possibilidade de vender serviços que gerem mais lucro.
- Alinhe preços com sua proposta de valor: preços também têm um peso psicológico. O quanto uma pessoa está inclinada a pagar depende da maneira como ela se sente com o serviço. Se sua agência quer cobrar mais caro por uma campanha, o valor agregado deve estar em concordância.
- Esteja atento à elasticidade do cliente: a elasticidade, em relação ao orçamento para agências, diz respeito à sensitividade do cliente em mudanças de precificação. Em um mercado com muita competição e com pouco custo na mudança de fornecedor, a elasticidade é muito grande.
- Otimize suas operações: a precificação pode ter o maior impacto na lucratividade, mas não é o único fator. Reduzir seus custos operacionais e aumentar o volume de vendas pode ter um grande impacto no sucesso da sua agência. Optar por softwares completos de gestão de agências pode te ajudar a organizar a casa, diminuir seu gasto em questões operacionais e te ajudar a focar na estratégia da sua agência.
Ferramentas e planilhas para ajudar no processo
Planilhas podem ser usadas para listar custos fixos e variáveis, calcular o CHH, criar modelos de orçamento para diferentes serviços, estimar horas e custos por projeto. Porém, exigem muita entrada manual de dados, são propensas a erros de fórmula, não se integram facilmente com o controle de tempo real ou a gestão de projetos, dificultam a análise histórica consolidada e a visão da rentabilidade em tempo real. Podem se tornar complexas e difíceis de gerenciar à medida que a agência cresce.
A evolução necessária: software de gestão integrada (ERP para Agências)
Aqui está o grande diferencial para uma precificação verdadeiramente estratégica e baseada em dados. Softwares de gestão integrada foram desenhados especificamente para as necessidades das agências e integram diversas funcionalidades cruciais em um só lugar:
- Timesheet Integrado: a equipe aponta as horas diretamente nas tarefas dos projetos em que está trabalhando, o que facilita o histórico para precificação de futuros projetos.
- Cadastro de custos (CHH, custos externos): permite configurar os custos da sua operação e facilitar a mensuração no momento de definir os preços
- Propostas comerciais: gera orçamentos profissionais e padronizados, já puxando informações de serviços, custos e alíquotas pré-definidos.
- Relatórios estratégicos: o ponto chave! Gera relatórios vitais como:
- Rentabilidade por Cliente/Projeto: mostra exatamente quais clientes e projetos estão dando lucro ou prejuízo, comparando o faturamento com as horas reais gastas (valoradas pelo CHH) e outros custos diretos.
- Horas trabalhadas vs. Horas estimadas: identifica desvios e ajuda a refinar futuras estimativas.
- Produtividade da equipe: mostra como o tempo da equipe está sendo alocado.
- Análise de refações: permite identificar e quantificar o tempo gasto em retrabalho, um dos maiores drenos de lucratividade em agências. Saber quantas refações ocorrem, onde e por quê é crucial para otimizar a operação e proteger suas margens.
Ao centralizar e conectar todas essas informações, um software de gestão integrada fornece a visibilidade e os dados concretos essenciais para tomar decisões de precificação muito mais inteligentes e seguras.
Precificação inteligente é gestão estratégica
Lembre-se: definir o preço correto não é uma fórmula mágica aplicada uma única vez. É um processo vivo, contínuo, de análise, ajuste e refinamento que deve acompanhar a evolução da sua agência, dos seus custos e do mercado.
A verdadeira virada de chave está em basear suas decisões em dados concretos: conhecer seus custos reais, controlar o tempo da sua equipe com precisão e analisar a rentabilidade de cada projeto e cliente.
Sabemos que implementar todas essas mudanças pode parecer desafiador no começo. Se esse é o seu caso, comece pequeno, mas comece agora: dedique-se a rastrear o tempo da sua equipe em um único projeto ou cliente chave por um mês. Os dados que você vai coletar podem te surpreender e, com certeza, já indicarão caminhos importantes para otimizar sua precificação e seus processos.
Agora que você tem o mapa para uma precificação mais inteligente e estratégica, que tal ter as ferramentas certas para colocar a mão na massa e organizar sua operação?
Quer um guia prático com planilhas e checklists para implementar tudo isso na sua agência? Baixe agora nosso Kit completo para Precificação de Agências e dê o próximo passo para uma gestão mais lucrativa!